Cá estamos nós, outra vez, na época de repetir inúmeras vezes esta frase: – Feliz Ano Novo! À guisa de saudação, despedida, de cumprimento, ou um simples trejeito, na troca do calendário…
Despreocupados ou desatentos, na maioria das vezes, entoa-mos tais palavras. Mas, se as pronunciarmos pensadamente, com desejo interior, veremos que injetamos novas energias a quem as mesmas sejam direcionadas. Modifica-se então, o timbre de nossa voz, a empostação, a entonação, transmitindo firmeza, principalmente se o interlocutor é querido parente ou estimado amigo. É, pois, a “voz do coração” quem fala, e tal qual um passe magnético, doa-se energia, transmite-se o fluido da vida.
O olhar, também, “farol da alma”, enche-se de luz e ternura, possibilitando que os outros vejam nossos reais sentimentos, expressos em nossas lentes vitais. Esta a grandiosidade do momento de doarmos nossas energias, aproveitando fatos corriqueiros e comuns para darmos o que de graça recebemos de Deus, o Pai, e para que, na sublime expressão de Francisco (o pobrezinho de Assis), possamos dar para podermos receber, também.
A entrada de um novo ano é o momento ideal para planos, esperanças, desejos… É hora de projetar-mos nosso amanhã, de imaginarmos coisas boas que possam ocorrer em nossa vida, no ano que desabrocha. Época, também, de previsões. Sentamos à frente do aparelho de TV ou compramos revistas e jornais para saber o que os estudiosos, os numerólogos, os videntes e as pitonisas de plantão têm a nos informar sobre os acontecimentos futuros. Diversão vulgar, entretenimento passageiro, comum desde as eras remotas. Queremos saber o que se prenuncia para os líderes políticos, religiosos, os artistas, atletas, etc. Vã curiosidade, sem objetivo espiritual superior.
Esclarecimentos superiores nos advertem: ao invés de previsões (quanto aos outros), preocupemo-nos com as projeções (em relação a nós mesmos). Projetar nosso futuro, em termos de expectativas, de conquistas, de resultados. Fonte inspiradora do progresso humano, a se fazer notar, dia após dia, no afã espiritual de conquistar a felicidade.
Por isso, sugerimos um exercício acessível a todos, neste sentido: o ENVELOPE DA ESPERANÇA. Escreva num pequeno papel seus desejos para o ano de 2012. Não escolha absurdos, ou fantasias distantes, meramente materiais (como achar um bilhete de loteria premiado, receber uma herança imensa de um parente que sequer você sabia da existência, sonhar com um amigo espiritual que, ante os seus problemas, lhe apresentará seis números para jogar na loteria e ganhar… sozinho!). Escolha realizações próximas, palpáveis, como estudar e conseguir passar num concurso, num vestibular, num teste de seleção; desejar que um parente doente se recupere e ganhe ânimo; melhorar o relacionamento com o cônjuge, o pai, ou o filho; receber uma oportunidade de mostrar suas capacidades de trabalho; enfim, desejos que estejam ao seu alcance. Reflita! Depois, escreva-os neste papel e guarde-o com carinho e cuidado: na carteira, na agenda, no livro de cabeceira, no evangelho. Esqueça momentaneamente deste ato e concentre-se em sua vida, em seus objetivos. Mas, você saberá que tais desejos dependem de sua ação construtiva, de seu esforço pessoal. Nos momentos de folga, ou quando estiver muito alegre ou muito triste (a segunda situação é mais provável para isto), busque suas anotações, refaça seus planos, recarregue sua bateria rumo à felicidade…
Ao conquistar algum destes desejos, agradeça a Deus por sua capacidade, por seu progresso e, passo adiante, concentre-se noutro objetivo alinhavado. Se não estiver conseguindo determinado desejo, reúna suas forças, reveja seus passos, ou concentre-se noutro objetivo (sempre é bom examinar todas as possibilidades). Afinal de contas, não desanime, pois, quando foi que você realmente imaginou codificar seus desejos, concentrando sua atenção neles, lutando verdadeira-mente por ideais não exclusivamente materiais? Não pense que será uma tarefa fácil… Mas, tampouco, considere-a inatingível…
Quanto mais distante você estiver, hoje, do verdadeiro objetivo da vida, mais léguas terá de caminhar na direção do rumo certo, segundo a bússola do real sentido da vida. Por isso, aproveite a dica, a vida, e sigamos em frente. No final do ano, esperamos nos encontrar de novo, aqui, para trocarmos experiências, para que você relate suas conquistas, suas lutas, sua mudança na forma de ver as coisas, de sentir a vida. Será interessante vermos juntos o quanto progredimos, não é?
Marcelo Henrique Pereira